Legislar e regulamentar objetivos e metas para combater a crise climática é o mais fácil. Executar e monitorar esse plano de redução de emissões dos gases com efeitos de estufa será o mais difícil.

Imagine que três pessoas vão numa bicicleta de três lugares, pedalando muito depressa num planalto e a certa altura dois vislumbram um abismo mesmo em frente e começam a travar. Conseguirão evitar a queda e a morte certa? Esta é uma imagem imperfeita da crise climática que vivemos.

É um fenómeno global, que não depende do esforço de cada um para a evitar. Há quem a veja claramente e há quem tenha dúvidas e o desfecho é, de momento, incerto. Porém, para os que têm dúvidas ainda agora as Nações Unidas publicaram o Emmissions Gap Report 2022  em que uma das mensagens principais é que o progresso na descarbonização das economias e sociedades tem sido lamentavelmente baixo desde a cimeira de Glasgow (COP26) o que, a continuar, deixará o mundo muito acima dos objetivos do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a um máximo de 2ºC e preferencialmente de apenas 1,5ºC.

Para se atingir tal desiderato é necessário que nos próximos oito anos se reduza a emissão de gases com efeitos de estufa (GEE) a níveis sem precedentes.

Publicado originalmente no Observador em 30.10.2022

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